No dia 1º de fevereiro de 1908, a família real portuguesa partiu da cidade do Porto para uma viagem de retorno à capital, Lisboa. No entanto, o voo que deveria ser tranquilo e rotineiro em um avião modelo Farman, acabou por se tornar um dos mais trágicos acidentes aéreos da história de Portugal.

O rei de Portugal, D. Carlos, seu herdeiro Luís Filipe, o conde de Farrobo e o major Sequeira viajavam juntos. O piloto não estava habilitado a fazer voos noturnos e, por isso, acabou por perder a direção sobre a cidade de Lisboa. Além disso, as condições meteorológicas não eram favoráveis e a aeronave acabou por se chocar contra um poste de luz. O desastre aconteceu nas proximidades do Terreiro do Paço, uma das áreas mais movimentadas da cidade.

Os quatros passageiros não resistiram às lesões causadas pelo impacto e morreram ainda no local. A tragédia chocou Portugal e o mundo. Ao fim do dia, o governo português já havia declarado luto nacional.

O país que ainda estava em processo de modernização e que olhava com admiração para a tecnologia que estava sendo utilizada em outros países, foi abalado com a notícia do acidente envolvendo a família real. Além disso, a linha de sucessão da monarquia portuguesa foi afetada, pois o herdeiro Luís Filipe faleceu sem deixar descendentes diretos.

O acidente gerou uma grande comoção no país e a população saiu às ruas em sinal de luto pela família real. O funeral aconteceu no dia 8 de fevereiro, no Mosteiro dos Jerónimos, em uma cerimônia recheada de pompa e circunstância, que mostrou o quanto a monarquia portuguesa ainda era importante para a sociedade da época.

O trágico acidente aéreo da família real portuguesa deixou marcas profundas na história do país e mostrou que nem mesmo aqueles que ocupavam os mais altos escalões do poder estavam imunes aos riscos da modernidade. Ainda hoje, a lembrança da morte da família real portuguesa emociona os que se interessam pela história do país e pela aviação.

Em 1910, a monarquia caiu em Portugal, dando início a uma nova era para o país. No entanto, o trágico acidente que matou o rei D. Carlos e o herdeiro Luís Filipe, ainda hoje é relembrado como um momento de grande tristeza e perda para a nação portuguesa.