Inimigos Internos foi um dos filmes mais comentados do Oscar 2017. Dirigido por Sélim Azzazi, a obra retrata a vida de um francês de origem argelina que mora nos Estados Unidos e é interrogado pela polícia após um ataque terrorista. O protagonista, que é um professor universitário e defensor dos direitos humanos, acaba sendo vítima da intolerância e do preconceito em meio ao clima de medo e desconfiança gerado pelos atentados.

O filme aborda temas extremamente relevantes e atuais, como a luta contra o terrorismo, a violação dos direitos humanos em nome da segurança nacional e a discriminação racial e religiosa que vem acompanhando essa dinâmica. No entanto, Inimigos Internos não é um filme panfletário ou didático, mas sim um drama complexo e emocionante que prende a atenção do espectador do começo ao fim.

A trama se desenrola através do diálogo entre o protagonista e um investigador que tenta arrancar dele informações sobre a organização terrorista que supostamente estaria envolvido. O debate que se estabelece é profundo e inquietante, trazendo à tona questões éticas e políticas que vão muito além do episódio específico retratado.

Um dos maiores méritos do filme é justamente a sua capacidade de lidar com um tema tão complexo de forma delicada e humana. Os personagens são construídos com muita profundidade, escolhendo nuances de personalidade que os humanizam e os tornam verossímeis. O espectador se sente na pele do protagonista e acompanha de perto o seu sofrimento, o que torna o clímax ainda mais impactante.

Inimigos Internos recebeu elogios da crítica especializada e do público em geral. A trama toca em pontos sensíveis, mas o faz de forma inteligente, sem cair na simplificação. O filme é dono de uma cinematografia cuidadosa e trilha sonora expressiva que só agregam mais qualidade à obra.

Ao final, Inimigos Internos é uma obra que chama a atenção para a necessidade urgente de se repensar a forma como estamos lidando com as questões de terrorismo, segurança e direitos humanos. O filme mostra que a intolerância e o preconceito são grandes obstáculos à construção de uma sociedade justa e livre.